sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sociedade de Consumo e Mídia


Por: Mony Cavalcante

Tudo começou na Inglaterra na metade do século XVIII durante a revolução industrial, momento esse, onde a força do trabalho foi substituída por máquinas e viabilizou um desenvolvimento bastante ousado para a época.

Para que se tenha um entendimento do que é retratado neste artigo, e como tudo começou, foi preciso fazer uma viagem no tempo. Para ser mais precisa, entre 1760 à 1850.

A industrialização de certa forma obteve um acúmulo interessante e significativo de capital, com a fabricação de bens. Mas, não se tratava apenas disso. Existiam outros fatores que envolvia tal questão. Principalmente porque a situação ocultava o tráfico de escravos, e outros interesses como a hegemonia naval por exemplo. Cuja, também aconteceu na Inglaterra no mesmo período. 





O fato é, a sociedade de consumo resume-se a um grande mercado, onde só se fica e se situa quem tem algum objeto para vender ou algo a comprar.

As produções ilimitadas de mercadorias, e as vendas indeterminadas são as grandes finalidades e características dessa sociedade.

Seus padrões básicos e essenciais estão postos sobre dois sustentos fundamentais: Econômico e filosófico.

Por meio desses dois modelos, os indivíduos foram vistos e dados como livres e iguais, ou seja, todos passaram a exercer direitos iguais em relação à riqueza. Mas, desde que a mesma fosse obtida pelo mérito empreendedor de cada um.

Ao mesmo tempo, foi concedida a liberdade de consumo, e não só no ponto de vista material, mas também no espiritual. Entretanto, no campo da administração do pacto-jurídico-social é necessário a sua sustentação. Uma vez que o indivíduo se realiza através de sensações.

A sociedade de consumo alimenta-se de desejos e sentimentos,  mas principalmente do alcance de lucros a qualquer preço. Ela também se projeta de novas necessidades e da insatisfação constante com o que se tem, daí a vontade incessante de se ter mais e mais.

Boa Ventura de Souza Santos, quando submeteu-se a uma reflexão dessa sociedade na última década do século XX, fez-se entender que “o culto dos objetos”, é sucedâneo das relações entre os indivíduos, ou seja, a relação intersubjetiva passou a ser “intercedida” pela esfera dos objetos de consumo.

A sacralização do consumo e “o culto de objetos” são articulados pelos “recados” e informações da propaganda publicadas no mercado de mídia e pretendem assegurar a manutenção, a reprodução, o bom resultado e a perpetuação da sociedade geradora e consumidora de mercadorias.

De acordo com o pensamento de Ventura, a medida em que uma parte da sociedade buscava evoluir, para ostentar suas riquezas, outra metade mergulhava cada vez mais em um caus de desigualdade social.

Tal afirmativa do autor era tão contundente na época, que podemos vivencia até os dias de hoje tamanha deliberação pelo consumo exacerbado.  

O modo de vida da sociedade de consumo é baseado em hábitos, que ela própria estabelece na sua individualidade. Este corpo social é constantemente estimulado pela mídia a ceder suas apelações hipnóticas, garantindo assim a produtividade da mesma.

A coletividade vive em constante formatação, sem ao menos perceber que vive sobre forte influência imaginária da mídia.

A mídia, por saber da falta de parcialidade de seus consumidores, capazes de tudo para satisfazer suas necessidades e caprichos, utiliza-se de seu poder persuasivo, e coloca a venda uma variedade de produtos de forma atrativa.

De maneira simultânea, ela visa reduzir a publicidade de produtos anteriormente anunciados, objetivando uma nova lucratividade do mesmo artigo, devido a mudança de embalagem. 

Um exemplo claro disso, é a forma como buscam fazer a apresentação de artefatos nos meios comunicativos, deixando os possíveis consumidores altamente seduzidos.

Não conseguindo separar suas reais necessidades do seu desejo de consumo; à procura de satisfazer suas excentricidades, logo ficam encantados com a diversidade de vantagens e idéias sedutoras, que veem em forma de linguagem midiática.

O poder que o espetáculo midiático tem diante de uma pessoa consumista, não é uma afirmação da aparência que fica no lugar da realidade. Mas, talvez seja uma negação visível da vida.

Ou talvez o indivíduo consumista, simplesmente não consiga enxergar que tal espetáculo, além de ser uma dimensão específica, da evolução tecnológica que desvenda o nosso real, também nos remeta a uma encenação de paixão pelo consumo, que fixa em nosso imaginário independente da classe, grupo ou etnia.


Um comentário:

  1. Interressante, cabe-nos alertar e conscientizar as pessoas. essa corrida desenfreada pelo consumo pode culminar no caus total.

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